Sempre achei a virada do ano superestimada. Como se as pessoas precisassem de uma data para mudar radicalmente. Mas dessa vez eu entendi. Porque eu descobri o que era enfrentar a realidade em meio ao caos. E não o caos do mundo. O meu.
O caos do coração partido. Tantas vezes e de tantas formas, que se tornaram incontáveis. O caos de perder um amigo, e se ver perdido. O caos de perder um amor, e se ver partido. O caos de perder um parente, e se ver corroído.
O caos do coração partido. Tantas vezes e de tantas formas, que se tornaram incontáveis. O caos de perder um amigo, e se ver perdido. O caos de perder um amor, e se ver partido. O caos de perder um parente, e se ver corroído.
Eu entendi as idas e vindas. As pessoas se diziam perder as pessoas aos poucos, mas eu sempre fui excesso. Tudo era absoluto, e reconhecer isso foi, no mínimo, torturante.
Eram necessárias horas, uma decisão, um ato. E estava lá: o fim. Iam embora com uma pressa, decididos, sem saber o que deixavam para traz. E, caramba, elas deixavam um amor. Uma história. Um futuro.
O meu ano foi feito de fins, e me vi sem recomeços. Eu precisava ter algo para lutar, mas tudo se esvairia tão fácil quanto areia entre os dedos. Vi-me pressionada a tomar decisões que não estava preparada, e, até o último dia, meu peito doía por ter, em menos de trezentos e sessenta e cinco dias, me tornado uma fracassada.
Virei piada. Virei mídia. Virei inimiga. Virei e revirei, deixando de ser quem eu era pra me adaptar no conceito de todo mundo e de ninguém.
Eu precisava de uma nova chance, e clichê que fosse, decidi que seria no dia 1. Caminharia independente de quem estivesse ao meu lado, porque dessa vez seria eu por mim e o resto que se dane. Eu me reconheci. Foi pela saúde de não sofrer perdas, foi pelo coração reconstituído aos poucos, foi por mim.
O futuro é tão imprevisível quanto o nosso coração, e hoje percebo que há muito mais do que os trezentos e sessenta e cinco. Há uma nova vida. Há sempre uma nova chance. Cada dia é uma folha em branco para cobrirmos de sonhos e histórias, e era isso o que eu faria a partir da meia noite.
Deixei em 2016 o que não cabia mais a mim, e trouxe para 2017 muito amor e empatia. Porque era disso que eu era feita, e eu vim inteira.
vc descreveu o meu ano.... parabens
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