Minha vida (não tão) perfeita -Sophie Kinsella

Título: Minha vida (não tão) perfeita
Autor: Sophie Kinsella
Editora: Record
Páginas: 406
Classificação: 5/5

Dramas, confusões e uma boa dose de amor são os ingredientes do novo romance de Sophie Kinsella. Uma divertida crítica aos julgamentos errados que uma boa foto no Instagram pode gerar. Cat Brenner tem uma vida perfeita mora num flat em Londres, tem um emprego glamoroso e um perfil supercool no Instagram. Ah, ok... Não é bem assim... Seu flat tem um quarto minúsculo sem espaço nem para guarda-roupa , seu trabalho numa agência de publicidade é burocrático e chato, e a vida que compartilha no Instagram não reflete exatamente a realidade. E seu nome verdadeiro.

Quando a mídia se mistura com a realidade e permite a camuflagem de quaisquer problemas ou empecilhos da vida cotidiana, tendemos a achar que o que vemos ao acessar qualquer rede social do outro é maravilhoso. Como o famoso ditado diz "A grama do vizinho é sempre mais verde". Mas nós, que fazemos e x a t a m e n t e a mesma coisa, sabemos que a realidade não é bem assim. Bom, pelo menos a nossa, porque com certeza a daquela pessoa... E é nesse assunto, na marca peculiar de comédia da Sophie Kinsella, que o livro se desenrola. 


Katie, ou Cat, como gosta de ser chamada, é uma estudante de Marketing que vê sua vida mudar quando surge a oportunidade de sair da sua cidadezinha e ir morar na tão badalada Londres, criando a ilusão de que, a partir daquilo, sua vida seria perfeita, convivendo na high-society e, enfim, tendo tudo o que qualquer um sempre sonhou -e, pelo menos em seu Instagram, é exatamente isso o que aconteceu. A realidade, no entanto, passa bem longe daquilo: Ela trabalha numa empresa e, essa vida que ela tanto almeja, está nas mãos de sua chefe, que não faz o mínimo de esforço para escutar as ideias de Cat e é, definitivamente, a pessoa mais odiada da empresa. 

Quando uma série de eventos surge e Cat acaba por perder o emprego, sua única saída torna-se voltar para sua cidade e ajudar seu pai a abrir um novo negócio: glooping -ou camping de luxo. De todos os azares que a vida já proporcionou a Cat/Katie, nada se compara a isto: sua nova hóspede é, ninguém mais ninguém menos que sua ex-chefe.

Vivendo em uma teia de aparências e más interpretações, o livro se desenrola no aprendizado da protagonista sobre o que se é dentro de um mundo que o importante é o que se tem. Mas, principalmente, o reconhecimento de que talvez, nada seja tão preto no branco e a vida do outro, dependendo da perspectiva, pode ser um caos tão grande quanto a sua.

O que eu admiro e admito, no entanto, é que esse livro possuí um detalhe que, em outras obras, poderiam fazer-me ficar receosa: o romance não vem em primeiro lugar. Mas isso não importa. 

O crescimento pessoal e profissional da protagonista, juntamente com a carga de aprendizado sobre "máscaras" das redes sociais é o ponto chave do livro. O romance está lá, é claro, sendo desenvolvido com uma delicadeza ímpar, mas não é o que move a escrita. É fofo, mas não é tudo. E isso foi genial, porque, em um mundo onde os chick-lits são consagrados por desastres e amores, Sophie Kinsella veio, mais uma vez, mostrar que essa literatura pode sim ir muito além disso. 
“Exatamente. Malditas emoção e razão. Elas não combinam, não é?”
Katie/Cat somos nós. Pessoas que se envolvem na mentira da vida fácil do instagram, que acreditam que a vida do outro é mais fácil e melhor, quando não é bem assim. E eu, quando fechei o livro, olhei em volta e percebi: é isso. Essa é a minha vida e não teria como ser de uma forma diferente e eu sou grata por tudo.

Como um bom livro da Sophie Kinsella, a dose de humor é alta e é escrita com maestria.  A leitura é leve e divertida, não te deixando parar um minuto sequer. Os personagens são completamente cativantes e queridos (detalhe do mocinho que é um amorzinho <3).

Para quem nunca teve contato com a autora, acho que esse é um ponto de partida muito bom. E, para os veteranos como eu, a leitura é obrigatória: Com certeza um dos melhores e mais intensos.
"E sempre que você vir sua própria situação não tão perfeita, se sentir desesperado e pensar ‘minha vida é isso?’, lembre-se: não é. Todo mundo tem um lado brilhante, ainda que seja difícil de encontrar, às vezes."

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Beijos,
Mar!

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