{Resenhando #108} Para Sir Phillip, com amor - Julia Quinn

Título: Para Sir Phillip, Com amor

Autor: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
*Livro cedido pela editora para resenha

Para Sir Phillip, Com Amor - Eloise Bridgerton é uma jovem simpática e extrovertida, cuja forma preferida de comunicação sempre foram as cartas, nas quais sua personalidade se torna ainda mais cativante. Quando uma prima distante morre, ela decide escrever para o viúvo e oferecer as condolências. Ao ser surpreendido por um gesto tão amável vindo de uma desconhecida, Sir Phillip resolve retribuir a atenção e responder. Assim, os dois começam uma instigante troca de correspondências. Ele logo descobre que Eloise, além de uma solteirona que nunca encontrou o par perfeito, é uma confidente de rara inteligência. E ela fica sabendo que Sir Phillip é um cavalheiro honrado que quer encontrar uma esposa para ajudá-lo na criação de seus dois filhos órfãos.
Após alguns meses, uma das cartas traz uma proposta peculiar: o que Eloise acharia de passar uma temporada com Sir Phillip para os dois se conhecerem melhor e, caso se deem bem, pensarem em se casar?  Ela aceita o convite, mas em pouco tempo eles se dão conta de que, ao vivo, não são bem como imaginaram. Ela é voluntariosa e não para de falar, e ele é temperamental e rude, com um comportamento bem diferente dos homens da alta sociedade londrina. Apesar disso, nos raros momentos em que Eloise fecha a boca, Phillip só pensa em beijá-la. E cada vez que ele sorri, o resto do mundo desaparece e ela só quer se jogar em seus braços. Agora os dois precisam descobrir se, mesmo com todas as suas imperfeições, foram feitos um para o outro.

Sempre tive um pé atrás com romances baseados em cartas. Alguns livros, por mais encantadores que sejam, acabavam deixando a desejar no quesito romance. Como uma pessoa pode se apaixonar sem saber sua expressão? Seu rosto? Seu sorriso? Sua maneira de falar? Compreendo que essa dificuldade de aceitação é algo recente, até porque, no passado, talvez fosse assim que as coisas, na maioria das vezes, funcionava. E ninguém reclamava. Amor era amor. Seja em cartas, ou até mesmo na convivência. Por isso me identifiquei tanto com os protagonistas do quinto livro da série, Os Bridgertons. Mesmo não nutrindo sentimentos românticos, apenas aquela adoração, eles precisavam se casar. A idade chegava, ou até mesmo sua vida precisava de uma "mentora". O fato é: Eles precisavam sair do papel e da tinta. Era hora de se conhecerem. E, talvez, a partir daquela decisão, tudo mudasse. Agora: será que Eloise e Phillip permaneciam com a mesma essência das cartas? 

Eloise viu seus irmãos mais velhos se casarem. Sendo a quinta Bridgerton, estava na sua vez de assumir compromisso com alguém. Propostas era o que não faltavam. Milhares de pedidos foram recusados porque seu gênio forte sabia que se esperasse mais um pouco, ela conseguiria se casar por um sentimento maior: O amor. Vira todos os seus irmãos apaixonados e completamente dedicados aos companheiros e era isso o que ela queria para a vida. Seria tão difícil assim encontrar alguém? 
Sua paixão -ou hobbie- por cartas, fizeram com que ela enviasse uma carta para o marido da sua prima distante, Marina, que acabara de falecer. Depois dessa primeira carta, seguiram-se dezenas. As correspondências duraram um ano, até que Phillip convida Eloise a passar um tempo em sua casa, e, caso dessem certo, casariam-se. Mesmo não envolvendo sentimento por nenhuma parte, ela sentiu que essa poderia ser uma chance única. 

E sua intuição, como sempre, estava certa. 

Phillip casou-se muito cedo. Sofreu a morte de seu pai e de seu irmão, mas o pior: viu sua mulher tentar tirar a vida. A mesma nunca superou a depressão pós-parto e tudo parecia agravar seu estado. O casamento, que desde o início não tivera sentimento algum, acabou dando vida a dois gêmeos arteiros com 8 anos. Nunca tivera ligação sentimental à mulher, e, em relação aos gêmeos, não fazia tanta parte da vida dos filhos como precisava em seu papel de pai. Em sua cabeça, tudo se organizaria tendo uma esposa dedicada e feliz. Principalmente, feliz. Que desse sorrisos os quais sua mulher, em tantos anos, nunca fez questão de dar. O sentimento vinha em segundo plano: se não a amava, aprenderia a amar, mas se amasse, seria um bônus. Sua vida se resumia à sua estufa. Um canto onde ele poderia ficar em paz consigo mesmo. Porém, ele sentia falta de uma família. De uma companheira. 

Com a chegada repentina de uma carta vinda de Londres e endereçada a ele -coisa que não acontecia frequentemente- as coisas começaram a mudar. A remetente, prima distante da sua falecida mulher, enviara suas condolências de uma maneira sutil. Assim, uma troca de correspondência deu início a uma amizade que poderia mudar a vida dos dois. 

Mas as coisas nem sempre são o que aparentam em uma folha de papel: Eloise sempre imaginara Phillip como um homem maturo, simpático e sorridente. O que encontrou não foi isso. Do outro lado da moeda, Phillip sempre imaginou Eloise como uma mulher menos falante e com gênio menos forte, talvez. E agora? 

Desde o começo da série, nunca duvidei do talento da autora. Ela escrevia com o coração, e suas palavras sempre tiveram um toque forte e importante. Quando comecei a ler este quinto livro, comecei a reparar um pouco em como a autora pensa: Em todos os livros, ela coloca uma carga sentimental diferente, alguma característica marcante em cada personagem. Eles não sofriam da mesma coisa. O sofrimento era interno e, mesmo que forte, eles sempre tentaram mudar isso. 

Nesta obra, ela não faz os personagens amadurecerem com o tempo. Eles, principalmente Phillip, já eram maduros o suficiente e já viram de tudo na vida. Eloise já estava com 28 anos completos, o que era uma lástima para a sociedade. Os protagonistas não enxergaram a paixão diretamente, mas sim, um interesse pessoal por cima de qualquer coisa. Quinn mostrou, mais uma vez, que o sentimento vem como consequência de suas ações. 

"Ele balançou a cabeça maravilhado.
- Você é magnífica.- Eu continuo dizendo isso a todos - ela disse com um encolher de ombros indiferente -, mas você parece ser o único que acredita em mim."

Vários personagens dos livros anteriores aparecem nesse livro. Você consegue matar a saudade de todos os homens Bridgertons (foco no Anthony porque <3 e no Colin porque em sua segunda fala, eu já chorei de rir), de Sophie (Mulher de Benedict) e Violet (a mãezona da família enorme). 

Tinha me decepcionado um pouco com o quarto livro, do Colin (pois é, nunca vou superar isso), e comecei a ler este com minhas próprias dúvidas. Mas simplesmente o adorei, como tinha adorado todos os outros. Consegui enxergar a astúcia que a autora quis colocar em Eloise, que já tínhamos observado os livros anteriores e o medo de Phillip em simplesmente fracassar como pai. Essa parte paternal foi o que mais me tocou. Maravilhoso. 

Não preciso dizer o quanto recomendo a série. Ela é a minha queridinha da vida e por mim, todo mundo leria. Um romance histórico leve e com um toque forte de humor. Você não passa um livro da Quinn sem altas risadas e sorrisos enormes... 

Classificação:

Bom gente, é isso!

Espero que tenham gostado da resenha.

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Beijos,

Mar!